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Diferentes empresas comercializam equipamentos que prometem reduzir a conta de água, supostamente eliminando ou bloqueando o ar existente na rede de abastecimento. Além de irregulares, estes dispositivos não têm eficácia comprovada e podem trazer riscos à saúde pública e ao abastecimento. Em Camboriú, a proposta de instalação destes equipamentos chegou a ser defendida por algumas lideranças do município.
A presidente da Águas de Camboriú, Reginalva Mureb, explica que a instalação desses equipamentos coloca em risco a qualidade da água. “O dispositivo que supostamente eliminaria o ar tem que ter um orifício, o que deixaria a rede da Águas de Camboriú aberta e exposta à eventual entrada de microorganismos, como bactérias causadoras de doenças”, destaca. Ela chama a atenção para o fato de que o Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro) – ou qualquer outro órgão credenciado – ainda não homologou este tipo de equipamento.
Reginalva também tranquiliza a população, assegurando que as redes da concessionária estão dotadas de equipamentos homologados pelas autoridades. “A solução para eventual entrada de ar na rede, durante os serviços de manutenção, é coletiva. No mundo inteiro são instaladas ventosas em pontos estratégicos, de acordo com a boa técnica da engenharia. Não cabe solução individual”, explica. Em Camboriú, os equipamentos instalados na rede de distribuição pela concessionária são testados e tecnicamente aprovados pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).
Estes equipamentos também podem afetar a qualidade da água que os clientes estão recebendo, com risco de se espalhar por um setor inteiro de abastecimento. Desta forma, uma ação individual pode comprometer a coletividade. “A Instalação destes dispositivos, portanto, não atende as exigências dos órgãos de saúde e está em desacordo com o propósito da Águas de Camboriú, que é o de levar água com qualidade até o ponto de entrega”, conclui.